A enrolada batalha judicial em torno da imagem de Prince

Fotógrafo pessoal que fez milhares de registros do cantor acusa ex-parceiros de não terem devolvido imagens e arruinado livro nunca lançado

A enrolada batalha judicial em torno da imagem de Prince

Um livro de fotos nunca lançado de Prince está no centro de uma batalha judicial entre seu antigo fotógrafo e outros dois colaboradores envolvidos no projeto, reportou o site especializado Art Newspaper nesta segunda-feira, 11. Segundo documentos judiciais, Allen Beaulieu, fotógrafo pessoal do cantor entre 1979 a 1984, tirou milhares de fotos do músico nesse período, que seriam compiladas em um livro inédito. O projeto, porém, foi suspenso, e Beaulieu alega não ter recebido as imagens de volta. 

Tudo começou em 2014, quando Beaulieu selecionou uma série de fotografias de Prince par ao projeto. Com os registros em mãos, ele contratou o escritor e editor Thomas Crouse para legendar as imagens e narrar suas histórias de estrada, além de Clint Stockwell, que ficaria responsável por digitalizar e armazenar os registros. A semente da confusão foi plantada pouco depois: Beaulieu afirma que Crous e Stockwell planejaram, junto ao financiador Charles Sanvik, algumas exibições extras, incluindo uma exposição em uma galeria, mesmo os contratos limitando o uso dos registros ao livro. 

Foi em 2016, porém, que a relação desandou de vez: em maio, um mês após a morte do astro, o projeto do livro foi suspenso, e Beaulieu, que diz deter o direito das imagens, tentou recuperar as fotos com os ex-parceiros. Alguns meses depois, em outubro, ele processou o trio por violação de direitos autorais e interferência ilícita. Ele alega que os ex-parceiros se recusaram a devolver as imagens, arruinando seu projeto de livro. 

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O caso, porém, não é dos mais simples: em 2018, um juiz de Minnesota concedeu julgamento sumário (uma espécie de tribunal simplificado, em que os lados não são ouvidos) a Sanvik e Stockwell por julga que Beaulieu não conseguiu produzir um inventário de quantas fotos cedeu aos ex-parceiros e quantas delas foram devolvidas. O advogado de Stockwell diz que a história que Beaulieu é “cheia de  inconsistências”, mencionando a falta de evidências ou provas concretas de danos. 

Os documentos judiciais revelam uma história intrincada envolvendo muitos e-mails disparados, acordos fechados e planos para impedir Beaulieu de desistir do projeto. Os réus alegam que tentaram informa-lo sobre a evolução do livro, e acusam o fotógrafo de ignorar os e-mails. Beaulieu, por outro lado, pede ao tribunal que reverta a decisão por um julgamento sumário e permita 20 minutos de argumentaçã oral para cada lado.

Enquanto nada se decide, o livro, que narraria o início da carreira de Prince com histórias e imagens inéditas, fica em um limbo judicial complicado. Os registros incluem fotos em shows ao vivo, imagens espontâneas dos bastidores e fotos que ilustrariam as capas dos álbuns Dirty Mind e Controversy. Agora, resta aos fãs aguardarem o desenrolar dessa trama.

Fonte:https://veja.abril.com.br/coluna/o-som-e-a-furia/a-enrolada-batalha-judicial-em-torno-da-imagem-de-prince/