Bilionário, seu filho e explorador britânico estão no submarino que sumiu próximo ao Titanic
Buscas pelo submergível acontecem aceleradamente por causa do tempo de oxigênio disponível para os turistas
O submergível turístico com cinco pessoas que ia em direção aos destroços do Titanic e que desapareceu no domingo (18) tem entre seus passageiros o empresário Shahzada Dawood e seu filho Suleman e o bilionário britânico Hamish Harding, explorador e especialista no navio que afundou em 1912. As informações são da BBC.
As buscas para encontrar o veículo continuam, e as equipes de resgate dos Estados Unidos e do Canadá correm contra o tempo devido ao prazo exíguo de duração do oxigênio. O submarino tem entre 72 e 96 horas de autonomia.
Harding, de 58 anos, é CEO da Action Aviation, empresa de aviação. Já Dawood e seu filho também são britânicos de origem paquistanesa e fazem parte de uma das famílias mais ricas do país asiático. Shahzada é vice-presidente do conglomerado Engro.
O submergível operado pela empresa OceanGate Expeditions começou sua descida na manhã de domingo (18) e perdeu contato com a superfície menos de duas horas depois, de acordo com as autoridades. "O contato foi perdido com o submarino, e as informações disponíveis são limitadas", afirmou a família em um comunicado.
A Guarda-Costeira americana explicou que as operações de busca são complexas.
"É um desafio realizar uma busca nessa área remota, mas estamos mobilizando todos os recursos disponíveis para garantir que possamos localizar a embarcação e resgatar as pessoas a bordo", afirmou na segunda-feira (19) o contra-almirante John Mauger à imprensa em Boston, de onde coordena a operação. "Trabalhamos muito duro para encontrá-los", acrescentou.
As buscas, na superfície ou debaixo d'água, envolvem uma região "de quase 1.450 quilômetros ao leste de Cape Cod, a uma profundidade de cerca de 4.000 metros".
RESERVAS DE OXIGÊNIO PARA 96 HORAS
O tempo é um fator crítico. A embarcação tem reservas de oxigênio para um máximo de 96 horas para uma tripulação de cinco pessoas. Mauger afirmou na segunda-feira à tarde acreditar que ainda restavam 70% ou mais de oxigênio.
O submergível que está desaparecido nas águas do oceano Atlântico
REPRODUÇÃO TWITTER/@TERROR_ALARM
As buscas aéreas, que não apresentaram resultados na segunda, foram suspensas durante a noite, informou a Guarda-Costeira às 21h (22h de Brasília). O navio Polar Prince, do qual zarpou o submarino, e uma unidade da Guarda Nacional continuaram rastreando a região durante a noite.
"O submarino foi lançado com sucesso", tuitou no domingo a empresa Action Aviation, com sede em Dubai.
"A tripulação do submarino é composta de vários exploradores lendários, incluindo alguns que fizeram mais de 30 mergulhos no RMS Titanic desde os anos 1980", afirmou o próprio Harding no Instagram no sábado, ao anunciar sua participação na missão.
O contra-almirante Mauger não divulgou informações sobre as pessoas que estavam a bordo "por respeito às famílias" e se limitou a declarar que, segundo a empresa operadora, são cinco pessoas, incluindo o piloto.
A Action Aviation, procurada pela AFP, não fez comentários.
Para as buscas, foram mobilizados dois aviões, um C-130 americano e um P8 canadense, equipado com um sonar capaz de detectar submarinos, segundo a Guarda-Costeira.
A OceanGate Expeditions explicou em um comunicado que "explora e mobiliza todas as opções para conseguir resgatar a tripulação em total segurança".
No site, a empresa informa que utiliza um submarino batizado de Titan para as expedições a uma profundidade máxima de 4.000 metros (13,1 mil pés). A embarcação tem autonomia de 96 horas para uma tripulação de cinco pessoas.
POUCAS EMBARCAÇÕES A TANTA PROFUNDIDADE
O Titanic zarpou do porto inglês de Southampton em 10 de abril de 1912 para sua viagem inaugural rumo a Nova York, mas afundou depois de colidir com um iceberg, cinco dias depois.
Dos 2.224 passageiros e tripulantes, morreram quase 1.500.
O Titanic repousa a 3.800 metros no fundo do oceano
ATLANTIC PRODUCTIONS/MAGELLAN - 17.05.2023
Os destroços do transatlântico foram descobertos em 1985, a 650 quilômetros da costa canadense, a 4.000 metros de profundidade, em águas internacionais do oceano Atlântico. Desde então, a área é visitada por caçadores de tesouros e turistas.
Sem ter estudado essa embarcação especificamente, Alistair Greig, professor de engenharia marinha na University College London, sugeriu duas possíveis teorias, com base em imagens do submersível publicadas pela imprensa.
Ele disse que, se houve um problema elétrico ou de comunicações, a embarcação pode ter subido para a superfície e permanecido flutuando, "à espera de ser encontrada".
"Outro cenário é um comprometimento do casco de pressão, um vazamento", explicou. "Então o prognóstico não é bom", acrescentou.
Embora o submarino ainda possa estar intacto durante o mergulho, "são poucas as embarcações" capazes de ir até a profundidade em que o Titan pode ter viajado.
Fonte https://noticias.r7.com/internacional/bilionario-seu-filho-e-explorador-britanico-estao-no-submarino-que-sumiu-proximo-ao-titanic-20062023