O DESASTRE MARÍTIMO EM QUE QUASE 10 MIL PESSOAS MORRERAM E QUASE NINGUÉM CONHECE
Era o fim da Segunda Guerra Mundial e o Exército Vermelho avançava pelos terrenos da Prússia Oriental, na Alemanha. Na tentativa de se salvarem, militares e civis alemães embarcaram no navio de luxo Wilhelm Gustloff para não sofrer com os ataques das forças soviéticas. O que parecia ser a chance de salvação se tornou em um evento de desespero e morte.
O luxuoso navio na Operação Hannibal
Passageiros do Wilhelm Gustloff se despendem com saudação nazista. (Fonte: Getty Images)
O Wilhelm Gustloff era um navio de cruzeiro de luxo criado para entreter os trabalhadores da Alemanha nazista durante as férias, servindo como propaganda para o regime de Hitler. Posteriormente, foi convertido em um navio-hospital para tratar soldados feridos durante a Segunda Guerra Mundial. Após ficar inativo durante alguns anos no porto de Gotenhafen, o navio foi designado para uma ação conhecida como Operação Hannibal.
O intuito da operação era transportar refugiados civis e militares alemães para fora da Prússia Oriental, fugindo assim das forças soviéticas. Por ser o fim da guerra, o regime nazista já estava praticamente entregue e em bastante desordem, tanto que o navio demorou a sair do porto em decorrência das disputas de comando entre os nazistas.
Além disso, a confusão no porto era extrema, pois milhares de pessoas queriam embarcar no Gustloff para fugir dos ataques soviéticos na região — uma retaliação aos incursos sangrentos feitos pelos nazista em 1941. Em pouco tempo, o navio, que tinha capacidade para aproximadamente 1.500 pessoas, estava tomado por mais de 10 mil pessoas (em números não oficiais) que buscavam a salvação.
O ataque
Submarino soviético foi o responsável pelo ataque. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
O navio partiu dia 30 de janeiro de 1945, ao meio-dia, com destino a Kiel, na Alemanha. Já à noite, após escurecer, o comandante do Wilhelm Gustloff resolve acender as luzes da embarcação, um erro que se tornaria fatal, pois o capitão soviético Alexander Marinesko, a bordo do submarino S-13, estava pronto para atacar qualquer ameaça nazista.
Marinesko, por ser alcoólatra e ter cometido várias faltas graves, estava precisando "mostrar serviço", então ficou atento ao Gustloff. Como não havia qualquer sinalização de que o navio transportava civis e ainda estavam lá vários militares nazistas, Alexander ordenou o ataque à embarcação logo após às 21h.
Foram lançados quatro torpedos, sendo que apenas um errou o alvo. Os outros três acertaram a parte dianteira, a casa das máquinas e a área da piscina. Muitas pessoas morreram na hora, enquanto outros tentaram chegar até os botes salva-vidas, a maioria sem sucesso.
Estima-se que pouco mais de mil pessoas conseguiram se salvar. Por outro lado, acredita-se que aproximadamente 9.400 pessoas morreram nesse ataque, o que torna o naufrágio do Gustloff seis vezes mais mortal que o do Titanic.
Fonte https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125644-o-desastre-maritimo-em-que-quase-10-mil-pessoas-morreram-e-quase-ninguem-conhece.htm