PF prende 8 em operação contra lavagem de dinheiro do tráfico; alvos movimentaram R$ 2 bi desde 2017
Agentes saíram para cumprir mandados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira (12) 8 pessoas na Operação Bahamut, contra a lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas. Os dois grupos alvo da investigação movimentaram mais de R$ 2 bilhões desde 2017.
Agentes saíram para cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 29 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro também determinou o sequestro de R$ 250 milhões em bens e valores.
Até a última atualização desta reportagem, R$ 2 milhões em espécie haviam sido apreendidos.
Carros apreendidos na Operação Bahamut — Foto: Reprodução
A investigação da Delegacia de Repressão a Drogas é um desdobramento das operações Tamoios, de 2021, e Brutium, do ano passado, que buscaram reprimir o tráfico de cocaína por navios do Rio de Janeiro até a Europa.
As apurações constataram que dois núcleos distintos, com formas de atuação semelhantes e comandados por estrangeiros, prestavam aos investigados por tráfico de drogas suporte financeiro por meio da lavagem de capitais.
Uma casa de câmbio no Rio de Janeiro foi identificada como responsável pela internalização de valores provenientes de outros países para o pagamento de traficantes no Brasil. A PF apreendeu lá 2 milhões de pesos argentinos em espécie.
Pesos argentinos apreendidos em casa de câmbio no Rio — Foto: Reprodução
“Verificou-se que a atuação dos suspeitos se baseava na criação de empresas de fachada em nome de interpostas pessoas [laranjas], as quais eram utilizadas para a abertura de contas usadas na movimentação dos valores ilícitos. Ao todo, mais de 20 empresas criadas com essa finalidade foram identificadas”, descreveu a PF.
A investigação também apontou a realização de transações financeiras e negociações envolvendo o Brasil e países da Europa, América do Norte e América do Sul.
A Polícia Federal identificou que os grupos criminosos ainda forneciam o serviço de lavagem de capitais por meio de criptoativos.
Alguns alvos da operação ostentavam vida de luxo e residiam em imóveis de alto padrão, além de possuírem veículos importados de elevado valor, bem como realizavam viagens internacionais de maneira constante.
Os fatos investigados abrangem os crimes de organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de capitais, cujas penas, se somadas, podem alcançar 30 anos de prisão.
O nome da operação, Bahamut, faz alusão a uma criatura da mitologia árabe que sustenta a terra. No caso das investigações, os grupos se prestavam a sustentar a articulação financeira ilícita das organizações criminosas.
Fonte https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2023/07/12/policia-federal-deflagra-operacao-bahamut.ghtml