Dólar bate os R$ 5,25 e alivia, com foco na crise do SVB
Na sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 1,30%, cotada a R$ 5,2077.
O dólar opera em alta nesta segunda-feira (13), com atenções voltadas à atuação dos agentes econômicos americanos em meio à crise de quebra do maior órgão financeiro desde 2008, o Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups.
Às 11h10, a moeda norte-americana avançava 0,36% na sessão, cotada a R$ 5,2266. Veja mais cotações.
Na sexta-feira, o dólar fechou em alta de 1,30% na sessão, cotado a R$ 5,2077. Com o resultado, a moeda fechou a semana em alta de 0,15%, mas ainda acumula perdas de 0,33% no mês e de 1,33% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
O mercado segue atento ao cenário de juros nos Estados Unidos, conforme dados econômicos do país reforçam a perspectiva que o Fed deve continuar elevando as taxas de juros para tentar conter a inflação na maior economia do mundo e com o novo risco de crédito no setor bancário no país.
Na sexta-feira, autoridades americanas anunciaram o encerramento das atividades do Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups. A notícia da falência, a segunda maior do setor bancários dos EUA, provocou apreensão entre os clientes do SVB que não conseguiram movimentar o dinheiro aplicado no banco.
O impacto do fim do SVB ainda não está claro, mas especialistas em economia dos EUA afirmam não acreditar que a falência do banco cause um efeito dominó semelhante ao que levou à crise financeira de 2008.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse neste domingo que está monitorando as potenciais implicações para a estabilidade financeira do colapso do Silicon Valley Bank, mas disse estar confiante de que Washington está tomando as medidas reguladoras apropriadas.
"Estamos monitorando de perto os desenvolvimentos e potenciais implicações para a estabilidade financeira, e temos plena confiança de que os formuladores de políticas nos Estados Unidos estão tomando as medidas apropriadas para enfrentar a situação", disse um porta-voz do FMI à Reuters em comunicado.
No domingo, autoridades dos Estados Unidos lançaram medidas de emergência para reforçar a confiança no sistema bancário após a falência do Silicon Valley Bank ter ameaçado desencadear uma crise financeira mais ampla.
Depois de um fim de semana dramático, reguladores disseram que os clientes do banco falido terão acesso a todos os seus depósitos a partir desta segunda-feira, e criaram um novo instrumento para dar aos bancos acesso a fundos emergenciais. O Federal Reserve também tornou mais fácil para os bancos tomarem empréstimos em emergências.
O fechamento do banco ocorreu após aumentos nas taxas de juros que afetaram empresas de tecnologia iniciantes e uma tentativa de aumento de capital da instituição que estimulou uma corrida de saques.
Embora as medidas tenham fornecido algum alívio para as empresas do Vale do Silício e para os mercados globais nesta segunda-feira, as preocupações com os riscos bancários permanecem e lançam dúvidas sobre se o Fed manterá seu plano de aumentos agressivos da taxa de juros.
"Acreditamos que as medidas tomadas pelo Fed, Tesouro e (Federal Deposit Insurance Corp - FDIC) quebrarão decisivamente o 'ciclo da desgraça' psicológico no setor bancário regional", disse Karl Schamotta, estrategista-chefe de mercado da Corpay.
"Mas, de forma justa ou não, o episódio contribuirá para níveis mais altos de volatilidade, com os investidores observando com cautela o surgimento de outras rachaduras à medida que o aperto da política do Fed continua."
Já analistas da Órama dizem em relatório que desde 2008 não se via revés de tão expressiva magnitude no sistema bancário americano.
"O FDIC (espécie de FGC dos EUA), garantiu que honrará depósitos de até U$ 250 mil já na segunda-feira, dia 13. O problema nessa história é que cerca de 90% dos valores depositados na instituição estão acima desse montante", diz o texto.
"Para piorar o quadro, como esse banco era muito importante no contexto do setor de tecnologia, muitas empresas do segmento, bem como fundos de private equity e fintechs, detinham depósitos significativos na instituição."
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.
No Brasil, o boletim Focus mostra que os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano de 5,90% para 5,96% e também passaram a projetar uma expansão maior do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,85% para 0,89% na última semana.
Fonte https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/03/13/dolar.ghtml