Casal de brasileiros que vende coxinha nos Estados Unidos diz ter faturado R$ 10 milhões em 2022
Dez anos após criação da empresa, que teve investimento inicial de R$ 1 mil, Petisco Brazuca conta com três lojas físicas em Nova York e registrou faturamento milionário em 2022. Cardápio tem produtos como açaí, pastel e pão de queijo.
O casal brasileiro Ricardo Rosa e Vanessa Oliveira decidiu empreender nos Estados Unidos há 10 anos e se tornou um bom exemplo da trend “o início de um sonho/deu tudo certo” – que mostra o “antes e depois” de determinada situação. Eles fundaram a marca Petisco Brazuca com investimento inicial de R$ 1 mil, em 2013, e afirmam que tiveram o faturamento de R$ 10 milhões em 2022.
“Nós não queríamos fazer um investimento tão alto no início, para não gastar as nossas reservas em real. Nosso investimento inicial foi um freezer de US$ 180 e uma fritadeira de US$ 20. A empresa começou com US$ 200 (aproximadamente, R$ 1 mil) de investimento inicial”, disse o pernambucano Ricardo Rosa, de 34 anos.
“No ano passado, nós fechamos o faturamento em US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 10 milhões). Hoje, a nossa média é de até 300 mil unidades de salgados vendidos por mês."
"Temos feiras, geralmente no final do ano, que uma única feira compensa o trabalho do mês todo. O verão é o melhor período para vendas, mas a gente conseguiu ter um equilíbrio nas vendas entre feiras de rua e vendas online. Esse faturamento nosso é linear”, completou.
A história do empreendimento começou em 2012, quando Ricardo e Vanessa decidiram estudar inglês em Nova York. A ideia era se capacitar para o mercado de trabalho e voltar para o Brasil.
“Tudo começou quando a gente decidiu fazer um intercâmbio em Nova York. Nós sabíamos, em 2012, com o anúncio de Copa do Mundo no Brasil em 2014, que o inglês seria crucial para oportunidade de trabalho. Como não somos de famílias privilegiadas, temos origem humilde, resolvemos nos preparar. A ideia era ir para os Estados Unidos e voltar para o Brasil”, contou Ricardo.
Empreendimento vende coxinha, pastel e outros quitutes — Foto: Divulgação
Coxinha feia, mas gostosa
A história mudou depois que uma amiga pediu para que o casal levasse coxinhas de frango para a comemoração de um aniversário. Sem encontrar no comércio, eles decidiram fazer por conta própria o quitute. Apesar de o resultado não ter ficado com a estética boa, o sabor foi aprovado.
“Saiu tudo, menos coxinha. Tinha uns formatos meio estranhos. No fim das contas, era massa com recheio de frango. Na festa, tinha brasileiros e americanos. No final, todos começaram a elogiar a coxinha para nós", lembrou.
"Foi, então, que a nossa amiga, que tinha pedido a coxinha, sugeriu de a gente investir nisso. E a gente ficou com isso ‘martelando’ na nossa cabeça”, contou Ricardo ao g1.
A ideia saiu do papel e começou a dar certo. As encomendas foram aparecendo pouco a pouco, até que a iniciativa ganhou a divulgação de um blog conhecido em Manhattan.
“No primeiro mês, tivemos três encomendas. No segundo mês, quatro encomendas. A Vanessa já estava gostando do resultado porque a nossa meta era pagar algumas contas básicas, como telefone, conta de energia”, disse o fundador do Petisco Brazuca.
“Eu ainda não estava satisfeito. Eu fiz um texto comunicando alguns influenciadores locais sobre o que a gente estava fazendo. Um blog, muito conhecido na região, resolveu divulgar a gente. O telefone não parava de tocar. Nós fomos de três encomendas no primeiro mês, para quarenta. Nessas quarentas encomendas, eram 5 mil salgados. Tivemos um problema positivo que era: como entregar tudo isso?”, completou.
LEIA TAMBÉM
- Bebidas, pet shop, corretor de imóveis: veja as áreas com maior busca para abrir o próprio negócio
- MEI tem que pagar imposto todo mês? Saiba as regras de tributação para microempreendedores
- 'Dinheiro esquecido': três maiores saques somam quase R$ 1,4 milhão, diz Banco Central
Tenda do Petisco Brazuca no Brooklyn Bridge Park — Foto: Divulgação
Marca foi ampliada
Os 3 m² da cozinha onde o casal morava passou a não suportar mais o número elevado de encomendas. A dupla passou a alugar uma cozinha comercial, conhecidas como dark kitchen, para dar conta da produção. Após quatro anos, a primeira loja foi inaugurada em 2018.
Atualmente, a marca conta com três lojas físicas e cinco temporárias – que são montadas em eventos e feiras livres. O cardápio está com opções variadas, mas o carro-chefe continua sendo a coxinha.
“O que mais vende é a coxinha. Temos outros sabores de coxinha: queijo, calabresa, espinafre, marguerita. O nosso foco é coxinha e pastel, são os dois principais produtos. Mas a gente tem também açaí, pão de queijo e sucos naturais.”
De férias no Brasil, Ricardo Rosa afirmou ao g1 que pretende ampliar a fábrica em 2023 e criar uma linha de produtos congelados. A ideia é fornecer os produtos para supermercados.
“Esse ano a gente vai ampliar a nossa fábrica, vamos importar novos equipamentos. Vamos lançar uma linha de produtos congelados. A ideia é abrir um novo braço da empresa, criar produto congelado para os supermercados. Também vamos intensificar a nossa venda do online e ampliar a nossa participação nas feiras de rua também.”
Ricardo Rosa e Vanessa Oliveira na Times Square — Foto: Divulgação
Fonte https://g1.globo.com/empreendedorismo/noticia/2023/03/13/casal-de-brasileiros-que-vende-coxinha-nos-estados-unidos-diz-ter-faturado-r-10-milhoes-em-2022.ghtml